RECADO AMOROSO
Pobre flor sem espinho!
Que tanto mendiga carinho.
Era assim que eu queria viver
antes de lhe conhecer.
Olhando o céu estrelado,
eu procurava um simples abrigo,
fugindo de tudo e de todos,
em meu mundo descolorido.
Tinha medo de me entregar
de corpo e alma à simples paixão.
Tanto sonhei acordada,
curtindo a solidão.
Foi no dia em que lhe conheci
que perdi de vez a razão.
Abrindo as portas do meu coração
ao primeiro toque de mão.
Não foi fácil estar ao seu lado
sem poder esse amor revelar,
desejando o sabor do seu beijo,
sem ao menos poder lhe beijar.
Acho que a estrela cadente
conhece esse amor tão ardente...
Ainda pouco ela piscou fortemente
quando sussurrei o seu nome.
Tavez tentava mostrar
como lhe encontrar...
Talvez queria dizer
que ainda posso lhe ter...
Sempre vou esperar essa felicidade
que um dia deixei escapar,
não importa se nesse momento
outra esteja em meu lugar.
O seu lugar em meu peito,
ninguém poderá ocupar,
mesmo que eu chore um rio,
correndo o risco de me afogar.
Hoje a minha vida não passa
de uma triste ilusão.
"Ah! Se arrependimento matasse
eu já estava plantada no chão."
Toda vez que a lua cheia
fizer a noite brilhar.
É a minha forte saudade
"que corre a lhe procurar."
Todas as noites frias,
quando o vento quer assobiar
eu penso em nossos corpos colados
agitando as ondas do mar!
Obra publicada na Antologia Literária Grandres Escritores de São Paulo Vl. II. Pela Casa Do Novo Autor Editora de SP.No ano de 2002