MADRUGADA
No silêncio da madrugada,
eu observava calada.
Os pingos da chuva caindo...
No teto da minha casa.
O vento batia nas folhas,
sem nenhuma piedade.
E mesmo assim elas adormeciam
nos braços da liberdade.
No silêncio da madrugada
a solidão, sem ser convidada,
entrava em meu quarto fechado,
deixando-me até desarmada.
Os roncos do meu vizinho,
tão irritantes,
fizeram-me abrir a janela.
Pegando a lua em flagrante.
A noite, como um despertador,
não me deixava dormir.
E da terrível insônia
eu tentava fugir.
Obra publicada na Antologia Literária Grandes Escritores da Bahia Vl.2. Pela Litteris Editora do RJ. No ano de 2000
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Angélica Caldeira, poetisa e escritora