O VELHO AMIGO DE SEMPRE
Às vezes eu observava.
O meu velho pai trabalhar.
E quando já estava cansado.
Dava um jeito de disfarçar.
Ajoelhado falava com Deus.
Antes de almoçar.
E ainda fumando o cigarro de palha.
Retornava ao trabalho sem reclamar.
Tristemente eu ficava torcendo.
Para a fresca noite chegar.
Mas a maldita solina.
Não parava de castigar.
Sentada eu ficava esperando.
O meu velho pai terminar.
Mas ele não parecia ter pressa.
Quando começava a cantar.
Quando a gente voltava pra casa.
Nunca ficava calado.
Sempre tentando esconder.
Aquele olhar preocupado.
Em meu mundo de fantasia.
Tento encontrar alegria.
Sabendo que ele está lá no céu.
Com Deus aplaudindo a minha poesia.
Obra publicada na Antologia Literária Viver é melhor que Sanhar. Pela Litteris Editora do RJ. No ano de 2006